quarta-feira, 25 de junho de 2008

QUALQUER LUGAR É UMA MERDA

Fechou a porta estreita do carrinho. Rezou. Não conseguiu comunicação devido ao ruído provocado pelo arranhar das rodinhas no trilho. Agarrou-se à trava de segurança. Imaginou o xburgui em todas as direções. Risadas forçadas o incomodavam bastante. E ele estava extremamente incomodado com todas aquelas risadas gratuitas.
- porra, seus malditos, a gente pode morrer e vocês tão rindo? Reclamou aos berros de dentro de seu carrinho. E continuou lá, com aquela cara invocada de quem sabia que não ía chegar para a janta mais tarde. Aproximou-se da descida. Os risos aumentaram. Ele ficou com o corpo fora do banco, preso à trava e reclamando com todo mundo.
- Parem de rir, seus desgraçados malucos! E o povo parecia hipnotizado. Era bom demais para eles. Instantaneamente caiu como um paralelepípedo do céu. Recolheu para dentro do corpo seus pedaços escapados e. Deu uma cabeçada na trava. Desmaiou. Perdeu todo o restante do passeio. Quando acordou, estava ao lado de uma jaula fedida. E cheio de bosta de cavalo por cima. Olhou para o outro lado e viu a montanha russa à distância. Esbarrou em um pedaço de merda, olhou novamente para longe e virou para o lado. Estava conformado com sua escolha.




Nenhum comentário: