terça-feira, 10 de junho de 2008

NÃO SABEMOS. NÃO ENTENDEMOS DIREITO. MAS CONTINUAMOS EM FRENTE.

Fiz alguns cursos de palhaço no Rio de Janeiro. Cheguei até a montar um grupo de clowns, o Clownstrofobia. Bem, isso porque nós só gostávamos de apresentar nossos trabalhos em lugares abertos. Desde aquela época já curtia a rua. Uma vez fui convidado à trabalhar com o pessoal do Tá na Rua. Fui ver o trabalho dos caras e achei tudo muito amador. No sentido de improvisado. Em pleno Largo da Carioca lotado de gente. O povo se esbaldava de rir de toda aquela maluquice. Achei tudo muito estranho e me mandei. Hoje, já amadurecido percebo que foi uma puta oportunidade que perdi. Sei lá, não falo isso com desgosto, mas na época eu estava contaminado por conceitos, preconceitos, estereótipos. Sabe aquelas coisas de teatrocabeça? Teorizava demais e fazia pouco quando ia à cena. Endeusava diretores escrotos. Participava de processos que não tinham sido a minha escolha verdadeira. Essas coisas. Hoje, trabalho pelas praças da cidade em que moro. Não somos iguais aos loucos do Tá na Rua (nem longe...), mas estamos no nosso caminho. Respeito pra caralho o processo de trabalho dos grupos de teatro. Seja lá qual for o estado da federação. Faço críticas. Respeito o processo. Quem ama teatro sabe do que falo. É foda você conseguir colocar uma peça em cartaz. É mérito de todos. O fracasso é um sucesso, diante de todos as dificuldades encontradas durante todo o processo. Mas nem todos pensam assim. Bem, o que eu queria dizer é que outro dia estive em uma emissora de TV aqui na cidade e a repórter me perguntou algo bem bacana. Ela queria saber como era a receptividade do público. E eu não conseguia parar de pensar naqueles rostos que se divertem com o nosso trabalho. A rua é assim mesmo. Nem sempre sai como imaginamos. Não é perfeitinho como na caixa preta. Talvez essas surpresas é que me atraiam bastante. Vou me esquivando dos problemas. Estirpando toda a podridão. Esse mês fizemos uma apresentação dentro de um parque de diversão. Me lembrou demais daqueles filmes que retratam o interior do Brasil. Espetáculo na terra batida e cheia de cascalhos. Du caralho! Não tem preço pra toda essa experiência que tô tendo a oportunidade de curtir. Não sabemos. Não entendemos direito. Mas continuamos em frente.




Nenhum comentário: