sexta-feira, 27 de junho de 2008

O INVERNO CHEGOU POR AQUI

Que dia delicioso. Acordei cedo e fui ver a chuva lá fora. Nem escovei os dentes. A entrada de minha casa tava alagada e dei um jeito pra abrir o portão sem precisar me molhar. Me despedi da Tatiana e voltei pra casa. Fiz um café esperto. Sintonizei na estação de Rock Clássico e entre Janis e Hendrix, fumei um cigarro na varanda, rodeado pelos meus quatro cães. Nesta época no Rio de Janeiro, tem vezes que rolam semanas assim, com essa chuvinha sem fim. É muito bom. Sair na rua completamente agasalhado. Não tomar banho por causa do frio. Que se foda. Nunca ouvi dizer que alguém já morreu por isso. Andar pelas ruas se escorando pelas marquises...em Boa Vista faltam marquises. Nesse exato instante a chuva apertou legal. Hoje não tenho ensaio. O trabalho de prevenção tá muito louco, até gaita eu tô tocando. Três malucos cantando em prol da adesão ao tratamento do HIV. Só na minha vida mesmo... E o pior que as músicas ficaram legais pra caralho. Ingênuas na sua composição, mais legais sim. Semana que vem terminamos os ensaios e partimos pras apresentações. Sinto falta quando não tem ensaio. É um momento do trabalho que me divirto muito. Tem muito ator por aí que não gosta de ensaiar. Não entendo. Sinceramente. E ainda tem outros que gostam de ficar pouco tempo em cartaz. Se eu pudesse, estaria ensaiando um trabalho atrás do outro. Sem tempo nem de respirar. Se eu pudesse, esticaria ao máximo meus espetáculos. Porra, se a briga toda é pra entrarmos em cartaz, quando consigo, dou um jeito de pular fora? Não. Se eu pudesse, sairia de cartaz e já entraria novamente com outro trabalho. Eu vivo pra isso. Não penso em outro objetivo na minha vida profissional. Necessito desse trabalho. Essa urgência me faz pensar assim. Urgência? Deve ser isso, nem todo mundo deve sentir a urgência de estar em cena. Ah, e essa realidade não é isolada, antes que assumam carapuças por aí... no Rio de Janeiro também era assim. Minha leitura é geral dessa situação. Queria ter feito hoje a leitura do último texto que escrevi. Mas não rolou. Fazer o quê? Semana que vem fecho essa proposta. Não sei quem o fará, mas tô decidido a estreiar em Setembro. Com quem for. Acredito que a temática dá o maior pé nessa cidade, muitos jovens por aqui se suicidam. E poucos sabem disso. Já quero começar os ensaios em Julho. Nem que para isso eu o faça separado da Cia. do Lavrado.
Bom, vou fazer minha resenha de filologia, escrever um conto qualquer, terminar aquele romance atrasado do Bukowsky, almoçar, pirar um pouco e no fim do dia vou pra Faculdade Atual encerrar a oficina de teatro, que tô ministrando lá desde segunda. A vida tá legal pra caralho. Sem essa de síndrome de Polyana, mas cara, não posso reclamar. Acho que minha satisfação tá ligada à minha aceitação. É mesmo, eu aceito a vida e suas surpresas, mas não me acomodo de jeito nenhum. Quero sempre o melhor. O simples. É isso. E encerro com Peter Gabriel, Sledgehammer. Outro clássico.





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